segunda-feira, 11 de dezembro de 2006

A cidade para quem trabalha e para quem visita, e a criatividade do carioca


Um dia corrido, hoje. Meus planos incluíam um final-de-semana tranqüilo, na companhia de gente querida, e uma segunda-feira mergulhada no trabalho, em casa. Nove processos.

Acontece que movi uma ação em face da Telemar (prestadora de serviços de telefonia), no começo do ano, e dia 30 saiu a sentença, acolhendo parcialmente os pedidos que haviam sido formulados. Insatisfeita, não cogitei de outra saída a não ser a interposição de um recurso. Agora é um Juiz Leigo quem profere a sentença, e então a submete à apreciação do Juiz togado, que a homologa. Particularmente não gostei da "novidade"; mas, enfim...

Então, tudo bem. A irresignação se demonstra por recurso e não com blá-blá-blá. Fui fazer o meu. É engraçado você estar do lado de cá; preparando, e não examinando, razões recursais. Assim, ontem à noite, bem à noite, tipo onze horas/meia-noite, depois de um feriado prolongado e muito agradável, sentei aqui pra fazer meu recurso. Acabei às duas e tal da madrugada. Fui dormir às três, e só então me dei conta de que minha programação para a segunda-feira iria furar:
dada a incompatibilidade entre a minha profissão e o exercício da profissão de advogado, eu não posso assinar nenhuma peça processual;
eu precisava de algum colega, para assinar a petição;
seria preciso uma procuração;
o processo está em nome da minha irmã - quem teria de assinar a procuração seria ela;
não adiantava mandar por e-mail pro escritório de nenhum colega, porque ainda faltaria a assinatura, na procuração;
eu teria de colher a assinatura da minha irmã; ir ao escritório e colher a assinatura do colega, que, no caso, foi AP, profissional que sempre quebra meus galhos; e, por fim, ir ao fórum protocolar o recurso;
cada coisa está distante da outra cerca de 20 km, em média;
eu precisava voltar pra casa e trabalhar.

Naturalmente, concluí logo cedo que, considerando-se a minha condição de ser humano (ou "serumana", como dizia R.), eu não daria conta de tudo, incluindo nesse "tudo" os nove processos trazidos e o Mandado de Segurança que chegou por lá hoje e que, porque eu estava por perto, terminei trazendo.
São oito e meia, agora. Cheguei em casa, de volta, às quatro da tarde. Dormi das cinco às sete e estou aqui, neste momento, resolvendo os "pepinos" mais urgentes. Amanhã quero chegar lá por volta das sete e pouco da madrugada, para me organizar. Preciso dormir cedo. Sono atrasado, ainda, da época do Mundial de Vôlei Masculino e da semana do aniversário... A cidade, para quem está por lá a trabalho, é uma correria.

Mas sabe o que é ótimo, nessa correria do Centro da cidade? Ver a criatividade dos camelôs.
Uma barraquinha localizada num ponto estratégico, na esquina da Rua da Assembléia com Rua do Carmo, eu acho. Vendiam-se canetas, baterias, capinhas para celular e pulseiras de relógio. Imagino que muitas pessoas não acostumadas a andar pelo centro da cidade devem parar ali para tomar informações. Imagino que o camelô, dono da barraca, já esteja cansado disto. Por isso, imagino, a plaquinha pendurada, escrita a mão, num papelão:

"BALCÃO DE INFORMAÇÕES:

0,30"

14 comentários:

Custódia C. disse...

0,30? Está barato :)

Custódia C. disse...

(ups, não sei se usam a expressão barato - contrário de caro!)

Anônimo disse...

taí uma boa idéia pra sair do buraco negro de dívidas em q me encontro: farei uma banquinha dessas aí!!!!!

Suzi disse...

Sim, ccc. Usamos a expressão, sim.

E está mesmo barato. Cerca de dez centavos de euro.
Bem baratinho, né?

Mas acho que a intenção era só mesmo afastar os perguntadores. Ninguém tá a fim de pagar 30 centavos por uma informação, quando o carioca, em regra, é o cara que não só te ensina o caminho, mas até te leva lá, sem cobrar nada por isso.

Eu acho é que ele terminava dando mais informação do que vendendo sua mercadoria, e aí resolveu dar um basta, ou ganhar algum dindin, se for possível.

:o)

Taia disse...

Caraca!
R$0,30?
Fala sério.
Bem, melhor que perguntar aos policiais né?! Lembra? Então.
Mas precisando: Silmar CAvalieri a sua disposição.
Com um sobrenome desse é garantia de vitória nos tribunais
Fiz o meu comercial, hehe
Bj

Suzi disse...

Monta no Barrashopping, Moniquete, porque aquilo, ontem, tava um horror e a gente nem achava aquelas meninas que dão informação.
Eu vou lá, na tua banquinha. Porque sempre me perco naquele shopping!
:o)

Suzi disse...

Taia,
lembrei da história dos policiais. Em frente ao prédio e não sabiam informar...
"Tamo maus"...

Silmar Cavalieri estaria a menos de 20km daqui... Bobeei...
;o)

Mônica disse...

good idea!

ando no BS de olho fechado, menina! conheço tudo daquela coisa horrorosa!

Suzi disse...

Moniquete,
esse "good idea" foi meio "pedante", mas até que vem ao caso; faça uma banquinha com atendimento bilíngüe!!
hohohohoho!!!

Anônimo disse...

Adorei o letreiro. É o famoso "jeitinho" carioca que torna tudo tão especial. É também um pouco "cara de pau", mas quem leva a mal? Em relação ao dia corrido, isso só aumenta ainda mais a minha admiração: como é que, mesmo assim, tu consegues arranjar tempo para colocar tantos posts por dia no teu blog?!

Suzi disse...

Oi, Miguel,
tens razão. O carioca tenta dar um jeito em tudo. Pra seguir sempre sorrindo e numa boa. Vai se virando.

Quanto ao mais... imagine! É porque trabalho direto no computador. Mil telas abertas ao mesmo tempo. rs*
Agora, por exemplo, duas e sete da madruga; agora é que vou dormir.

Amanhã (aliás, hoje) será um dia de bater cabeça. Sono geral, porque vou dormir agora, pra acordar às seis. Dia inteiro cheia de sono, se me conheço. Sorte minha que o trabalho, às terças, é dos mais agitados. Devo conseguir me manter acordada... Acho que eu precisaria de Red Bull. rs*

Mas a correria me atrapalha, sim. Afinal, ainda te devo as minhas impressões acerca da tua matéria na Revista. Não esqueci. Li carinhosamente e quero responder com o mesmo carinho com que li. Perdoa-me a demora...
;o)

Beijinhos.

Luís F disse...

Suzi!!! Até fiquei cansado da agitação dos teus dias/noites... Da forma como "falas" do teu trabalho, sem dúvida que trabalhas com muito gosto...

Suzi disse...

Luís,
meu trabalho é cansativo, mas, realmente, me dá prazer. Gosto do que faço, me dedico e procuro fazer bem. Isso, eu sei, é um privilégio. E eu agradeço a Deus por ter essa felicidade.

(De vez em quando tenho uns "refrescos" dos bons, também, como a partir de quarta-feira - recesso até dia 06 de janeiro e depois... férias!)

Suzi disse...

hehehehehe!!!
relendo este post vejo que fiz a conversão errada, aliás, erradíssima, do real para o euro, na resposta à custódia.
que horror... um centavo!
mais barato ainda!!! kkkkkkkkkk